Introdução:
Questão:
Há confusão na utilização do termo Inquisição com as práticas medievais e da
Renascença da Reforma e da Contra-reforma, nos períodos entre a Idade Média até
início do século XIX. A Inquisição foi
prática da Igreja Católica com referências jurídicas a partir do século XIII,
mas a partir do século XV as perseguições a certos grupos tem explicação nas
práticas de certos grupos que professavam a Reforma, como os jansenistas,
luteranos, calvinistas e huguenotes, bem como dos humanistas renascentistas e
Iluministas.
Questão
2: O Malleus Maleficarum teve repercussão para além da Igreja. Por que teve autoridade
de dizer o direito por tanto tempo? De
onde vem seu poder de persuasão?
Parte
I - Aspectos Gerais:
1
- objeto - prática de perseguição de grupos religiosos por motivação religiosa
e/ou política
2
- objetivo - paz cristã, universal e perpétua; demonização por conveniência
política e econômica, controle social para possuir o monopólio da interpretação
do cristianismo, de Deus
3
- sujeitos:
-
ativos - grupos religiosos politicamente com poder para controle social
-
passivos - grupos religiosos/políticos minoritários críticos ao monopólio da
verdade religiosa/cristã, mulheres (sexualidade),praticantes de religiões pagãs
diferentes e mais antigas, com ritos distintos do cristianismo, cristãos
dissidentes:cátaros, burgomilos, albineses
4
- várias ondas, em vários períodos:
-
Idade Média - a Igreja Católica, (séculos XIII/XVI): sendo perseguidos os
heréticos
-
Renascença - indivíduos da Igreja Católica (séculos XV, XVI) e Reforma
(XVI,XVII)
5
- contexto histórico:
-
recriação da imprensa com caracteres móveis em chumbo por Gutemberg no final do
século XV, com a produção em escala da Bíblia,
-
período de medo do fim do mundo, da caça às bruxas, das rebeliões populares, de
conflitos entre Igreja, Reforma e Contra-reforma e de conflitos de disputas
políticas e comerciais entre príncipes, monarcas e Igreja
sugestão
de leitura:
Brian
Levack. A caça às bruxas na Europa
moderna.RJ:Campus, 1988.
Douais.
L'Inquisition - ses origines, sa
procédure. Paris: Librairie Plon, 1906. Bibliothèque Saint Libère.
www.liberius.net
George
Duby. An 1000,An 2000 sur les traces de
nos peurs.Paris:France Loisirs, 2001.
Heirich
Kramer & Jacob Sprengler. Malleus
Maleficarum.(O Martelo das Feiticeiras) de 1484.
Jean-Marie Carbasse. Histoire du droit pénal et de la justice
criminelle. Paris:Puf.
Marion Sigaut. IV-Le jansénisme au Grand siècle. In: De
la centralisation monarchique à la Révolution bourgeoise. Egalité et
Réconciliation. www.egaliteetreconciliation.fr
Marion Sigaut. V-La chasse aux sorcières. In: De la centralisation monarchique à la Révolution bourgeoise. Egalité et Réconciliation.
www.egaliteetreconciliation.fr
Michel Baigent &
Richard Leigh. A inquisição.RJ:Imago, 2001.
Monica
Paraguassu. Presunção de inocência. RJ:Eduff,
2011.
Norman Cohn. Démonolâtrie et sorcellerie au Moyen Âge.
Peter Godman. Histoire secrète de l'inquisition.
Paris: Ed.Perrin.
Robert Mandrou. Magistrat et sorciers en France au XVIIè
siècle. Paris.